Não. Para os que têm dúvida, saibam que a psicoterapia –em especial de base junguiana- visa integrar o ser humano com seus lados sombrios, poucos aceitos pelos outros ou por ele mesmo, torná-lo mais coerente, menos dividido, em suma, completar o círculo para que não seja unilateral, evitando sofrimento.
Fernando Pessoa diz:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
E se ainda restam dúvidas, seguimos. É a tentativa de que aquele ser racional e pragmático, possa encontrar e identificar melhor seus sentimentos e intuições e saber expressá-los e segui-los, preservando assim as suas relações mais próximas. Ou que a pessoa emotiva e em ebulição, acalme seus tormentos e equilibre seus potenciais do intelecto e da ação.
Porém, antes de nos aproximarmos dessa finalidade existencial –de integrar opostos-, sofremos muito com nossos conflitos, inadaptações, relacionamentos, dificuldades familiares, de sentido de vida, dúvidas. Isso é milenar, quer dizer, arquetípico. Logo, pensemos uma questão importante: por que então essas dinâmicas milenares das relações humanas hoje viraram doença e são medicadas?
A prática “normalizadora” das instituições religiosas e médicas vem nos enquadrando desde a Idade Média, muitas vezes desconsiderando nossos comportamentos como adaptações às mudanças culturais e sociais. Isto é, as indicações para diagnosticar e chegar a medicar alguém, poucas vezes têm em conta o caráter determinante das condições socioeconômicas e da psique coletiva. O que se busca é silenciar o sintoma.
Dito isso, quero lembrar que a Psicologia Analítica vem para promover o encontro entre as expressões e as necessidades da psique. Guiados por Jung, recordamos que não se trata apenas de saber como domar e subjugar a psique; é preciso que saibamos um mínimo sobre o desenvolvimento da alma ou das suas funções para que em um nível cultural mais completo o desenvolvimento possa substituir a dominação.
Quando passamos a ver o cliente como portador de uma mensagem, que pode inclusive ser coletiva, a doença nesse caso pode ser, no máximo, o sofrimento que a todos atormenta.
gostei muito de ler seus comentarios
ResponderExcluirilzapinheiroamado
ExcluirObrigada, Ilza! Volte sempre!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Mariana!
ResponderExcluirSeu blog é muito bem escrito e seus temas são interessantes e atuais. Parabéns e muito sucesso!
Lucia