quarta-feira, 21 de março de 2012

Você reconhece seus potenciais não desenvolvidos?


Você reparou que certas idéias ou temas costumam ser os motores de nossas vidas desde a infância? Seja no seu interesse por música, arte, literatura; seja no seu interesse pelo desenvolvimento social, comunitário; no interesse por sempre desvendar algo novo, "cada ser tem sonhos a sua maneira", diria o compositor Lula Queiroga. 


Muitas vezes esquecemos a quê viemos ao mundo. No entanto, nossos potenciais sempre estiveram e estão ainda em nosso mundo interior.


Este é o reino no qual penetramos durante o sono. Todos os ogros e auxiliares secretos de nossa infância habitam nele, lá reside toda a mágica da infância. E, o que é mais importante, todas as potencialidades vitais que jamais conseguimos levar à realização adulta, aquelas outras partes de nós mesmos, aí estão; pois essas sementes douradas não desaparecem. Se pelo menos uma ínfima parcela dessa totalidade perdida pudesse ser trazida à luz do dia, experimentaríamos uma maravilhosa expansão dos nossos poderes, uma vívida renovação da vida. Atingiríamos a estatura de um arranha-céu. Além disso, se pudéssemos recuperar algo esquecido, não apenas por nós mesmos, mas por toda a geração ou por toda a civilização a que pertencemos, poderíamos vir a ser verdadeiramente portadores da boa nova, heróis culturais do nosso tempo - personagens do momento histórico local e mundial.
  
("O Herói de Mil Faces", Joseph Campbell, 2010).


A vida segue, crescemos, esquecemos nossos primeiros sonhos e optamos pelos caminhos mais tradicionais, já trilhados, é mais fácil. Seria como seguir um roteiro e assim a vida estaria completa e os desejos estariam satisfeitos. Mas será que é assim mesmo que acontece? Por que tantas vezes não nos sentimos satisfeitos com o que conquistamos? Porque o desejo de algo mais continua? 


A psicologia analítica responde que assim como os heróis da mitologia, nós humanos também passamos por fases e travessias - nossa Odisséia pessoal. Para quem conhece as aventuras de Odisseu (herói da mitologia grega) sabe que sua jornada ia se transformando de acordo com os monstros e obstáculos que ele ia enfrentando e a aprendizagem que obtinha. Odisseu só chegou ao seu destino quando já não tinha pendências com os "deuses", isto é, consigo mesmo. 

Essa experiência contada por um livro milenar e fundante da nossa civilização Ocidental, fala sobre como a conquista de si mesmo é mais difícil que a conquista do entorno e termina por ser nossa última meta. Jung dizia que hoje em dia, os "deuses" tornaram-se doenças. O fundador da psicologia analítica quer deixar explícito com essa afirmação como todas as potencialidades, vícios, excessos, qualidades antigamente atribuídos aos deuses mitológicos e cultuados pela sociedade, foram reprimidos da consciência humana e hoje viraram sintomas.

Cada um de nós tem dentro de si sementes em potencial que apontam o que é importante desenvolver, através de que caminho conquistar a si mesmo e satisfazer pouco a pouco a inquietação de um sentido de vida. Cada um de nós tem um mito pessoal. Essas potencialidades esquecidas e, muitas vezes, reprimidas são a chave para uma qualidade de vida melhor, a psicoterapia analítica é um meio importante para esse contato. Os deuses, as bruxas e as fadas-madrinha de nossa infância estão a postos para serem resgatados e para ajudar-nos na conquista de nosso bem-estar.   

3 comentários:

  1. Querida, estou emocionada com tudo que pude ler no seu site/blog!
    Parabéns!
    admval@terra.com.br

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  2. Fico feliz que esse texto tenha lhe tocado dessa maneira. Obrigada!

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  3. Dizem, os entendidos, que os sonhos esperam por nossas decifrações. É como se "decifra-me ou te devorarei".Sou auto-ditada
    de estudos yunguianos e o Mestre nos ensinou que nos sonhos vemos
    partes de nós mesmos, ocultas ao consciente, e tudo nele é importante cor, não cor, direita, esquerda,etc, onde todos os elementos devem ser analisados. Gosto do seu Blog,parabéns.Marina Moreno/Rio.

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