Todos um dia já sentimos ciúmes, ele faz parte
da categoria de emoções humanas e não é considerado patológico (doentio) por si
só. Para quem quer entender um pouco mais sobre esse tema, deve ter em mente
que o ciúme seria uma emoção um pouco mais refinada que o medo, sem deixar de
ser tampouco um "afeto de proteção". Prosseguindo nessa abordagem, é
importante lembrar que, por outro lado, a relação entre o ciúme romântico e a
violência é reconhecida pelos estudos psicossociais e jurídicos, a ponto destes
últimos utilizarem o termo "passional" para qualificar crimes e
ajudar a regular situações e proteger as pessoas.
Aqui entra a pergunta: qual fator seria
determinante para considerar o ciúme como patológico ou não? Bem, sem entrar no
mérito da psiquiatria, o fator sócio-cultural tem um peso incontestável, já que
é esse fator que dá a medida do modelo ideal de relação. Por exemplo, há uma óbvia
diferença entre o modelo de relação afetiva de outras culturas onde a religião
e a lei permitem a poligamia, ou ainda, as culturas onde o modelo de relação é
o de uma mulher que dedica toda a sua vida ao marido e ao casamento. Essa variável
não pode ser esquecida na hora de compreender as relações de casal.
Um exemplo de mulher "ciumenta" estava na mitologia grega,
a deusa Hera passou "a vida" tentando descobrir as deusas,
semi-deusas e mortais com as quais o seu marido Zeus (entidade máxima do
Olimpo) tinha casos. Desenvolveu estratégias e artimanhas para punir tais
mulheres e mesmo os frutos dessas traições, filhos bastardos de Zeus que mais
tarde se juntaram aos demais no Olimpo. Outro exemplo da mitologia, que não é descrito como ciúme, mas que não deixa de ser violento e um zelo além do normal, é do deus
Hades que raptou a donzela amada e a manteve cativa em seu reino subterrâneo, sem contato nenhum com o mundo do qual ela veio. Somente pela intercessão da sua mãe junto a Zeus, Perséfone pôde visitar a superfície três meses a cada ano.
Para finalizar essa introdução ao tema, não perca de vista que o ciúme existe a milênios e está baseado em concepções de certo e errado que nos são ensinadas pelos outros. Por tanto, não se culpe por esse sentimento, mas lembre que quando a situação chegar ao ponto que o seu "ideal de relação" não corresponder mais a complexidade que é uma relação humana, pode significar que esse ciúme está desmedido e acabará por prejudicar o casal. Sobretudo, jamais deixe esse sentimento tomar conta e sobrepor a individualidade da pessoa que você ama. Como diz a analista junguiana Elizabeth C. C. Mello, "O contrário de amor é o poder, e não o ódio. Poder que aparece em pequenas manobras, nas tentativas de controlar o outro -a nós mesmos- e os sentimentos interpessoais". A meta é preservar a liberdade e a confiança mútua.
Para finalizar essa introdução ao tema, não perca de vista que o ciúme existe a milênios e está baseado em concepções de certo e errado que nos são ensinadas pelos outros. Por tanto, não se culpe por esse sentimento, mas lembre que quando a situação chegar ao ponto que o seu "ideal de relação" não corresponder mais a complexidade que é uma relação humana, pode significar que esse ciúme está desmedido e acabará por prejudicar o casal. Sobretudo, jamais deixe esse sentimento tomar conta e sobrepor a individualidade da pessoa que você ama. Como diz a analista junguiana Elizabeth C. C. Mello, "O contrário de amor é o poder, e não o ódio. Poder que aparece em pequenas manobras, nas tentativas de controlar o outro -a nós mesmos- e os sentimentos interpessoais". A meta é preservar a liberdade e a confiança mútua.
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